Hackathons, em geral, fazem sucesso porque são a ludificação (ou gamificação) de um processo criativo – embora seus organizadores não tenham essa consciência. Você possui “jogadores” que precisam formar times para superar desafios complexos. Dentro do “círculo mágico” de 1 salão ou andar de prédio e que dura 48 horas, um misto de RPG e Puzzle acontece. Personagens com habilidades complementares colaboram entre si para resolverem um grande quebra- cabeça (um problema real) – que pode ter inúmeras soluções (ou finais, na ótica dos RPGs) – antes que o tempo acabe. Tudo acontece sob um conjunto de regras que devem ser seguidas por todos os participantes.

No Hacking.Rio, muito provavelmente de forma não intencional (pelo menos pelas vias da Gamificação), algumas características potencializam esses elementos lúdicos intrínsecos, porque excluem ou minimizam ações e pensamentos dos participantes que não estejam diretamente relacionados ao “jogo”:

  • A CLIMATIZAÇÃO ADEQUADA impede a quebra da imersão pelo desconforto e diminui a quantidade de ações não relacionadas ao jogo em si como abanar-se, ligar um ventilador e tomar vários banhos.
  • A ALIMENTAÇÃO vai até você. Você não precisa fazer grandes deslocamentos para comer.
  • BANHEIROS PRÓXIMOS E NUMEROSOS (dispensa explicação)
  • BOAS MESAS, CADEIRAS E INTERNET. Você não se desconcentra com dor nas costas nem perde tempo procurando uma melhor posição para aliviá-la ou para encontrar um sinal melhor do wi-fi.
  • MENTORES TÉCNICOS E ESPECIALISTAS ficam à disposição dos times para os ajudarem em algum entrave técnico ou falta de conhecimento específico sobre a área do problema em questão. Essa ajuda torna o “jogo” mais balanceado para todos os “jogadores” e colabora para manter um ritmo interessante na progressão, evitando que um time fique muito tempo estagnado numa mesma etapa de seu projeto. Também colabora para feedbacks em tempo real quanto à qualidade das decisões que cada time está tomando, aumentando a percepção da progressão e do valor de cada boa ação (o que aumenta a motivação) ou permitindo uma correção de rota em tempo hábil.
  • SOLUÇÕES REAIS PARA PROBLEMAS REAIS DA NOSSA CIDADE:
    Outro grande diferencial do Hacking.Rio é o fato das soluções geradas serem para problemas reais da nossa própria cidade, o Rio de Janeiro. Isso potencializa o meaningful play para a maioria dos competidores, que residem no Rio.
  • AS SOLUÇÕES PERMANECEM SENDO 100% DE SEUS DESENVOLVEDORES, nada fica para o Hacking.Rio. Isso ajuda a aumentar ainda mais o significado, a importância, de cada esforço empenhado pelos participantes, aumentando o engajamento.
  • O “JOGO” É ATRAENTE PARA 4 DOS 4 ARQUÉTIPOS DE BARTLE:
    • O perfil SOCIALIZADOR tem na interação com seu time e no networking com os mentores e outros times a sua diversão.
    • O “jogador” CONQUISTADOR tem na grande distribuição de prêmios do Hacking.Rio e na visibilidade de tais reconhecimentos a sua motivação.
    • O LUTADOR se interessa, porque o Hacking.Rio é uma competição onde os melhores hackers medem forças para ver quem constrói a melhor solução.
    • O EXPLORADOR tem seu entretenimento na própria natureza hacker do evento, cujo “gameplay” é quase todo pautado na exploração de uma situação problemática e seu contexto para se chegar à solução mais otimizada possível. Também na variedade de trilhas e no fato de poder caminhar por todas elas conhecendo um pouco (ou muito) de cada uma num mesmo local super legal e espaçoso.
  • O “JOGO” PROPORCIONA 6 DOS 8 TIPOS DE DIVERSÃO:
    • SENSORIAL (prazer pelos 5 sentidos): o local do evento é o 18º andar do AQWA Corporate, no Porto Maravilha. Segundo as palavras dos organizadores, uma das principais lembranças de todos que participaram do Hacking.Rio 2018 foi a vista do local. Ela é inspiradora e sensacional! E é verdade, porque eu participei em 2018 como mentor e posso atestar para vocês. É demais!
    • FANTASIA (prazer do faz de conta): Além da vista já mencionada acima, a sofisticação tanto no exterior quanto no interior do AQWA Corporate, a infraestrutura e os mentores profissionais auxiliando os participantes, possibilita que estes se imaginem como devs já super bem-sucedidos. Isso motiva demais e ajuda esses participantes a lutarem com mais vontade ainda por um dos prêmios do evento, que, além do valor intrínseco, pode abrir portas para a transformação desse faz de conta em realidade.
    • DESAFIO: dispensa explicação.
    • CAMARADAGEM: tanto em relação aos colegas de time quanto em relação a times adversários, que podem se ajudar por meio de atos de solidariedade, espírito esportivo e fair play.
    • DESCOBERTA (jogo como uma exploração): já discorrido mais acima na ocasião da explicação do arquétipo EXPLORADOR.
    • EXPRESSÃO (jogo como auto-descoberta): hackathons são experiências propícias para a auto-descoberta. Neles, testamos nossos: limites físicos e psicológicos, criatividade, habilidades técnicas, habilidades sociais, agilidade, capacidade de liderança, capacidade de agir sob pressão, capacidade de tomada de decisão, capacidade de trabalhar em equipe, foco em resultado, capacidade de improvisação, versatilidade etc.

A primeira edição do Hacking.Rio, em 2018, tinha a pretensão de ser o maior hackathon do Brasil, mas acabou sendo o maior da América Latina com mais de 700 hackers em 1 só andar sem paredes divisórias, estilo loft, no AQWA Corporate. Este ano, o evento promete reunir em torno de 1000 hackers no mesmo espaço. Além do hackathon, acontecerá em paralelo o congresso com palestras de ícones do cenário tecnológico, criativo e empreendedor nacional e internacional.

O Hacking.Rio acontece neste final de semana, nos dias 18, 19 e 20 de outubro. Ficou interessado? Então corra, porque os ingressos para o congresso já estão no segundo lote e as inscrições para o hackathon vão só até esta quarta-feira, dia 16. Saiba mais e se inscreva em https://hackingrio.com. Vejo você lá!

Leandro Costa

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